O intendente anfitrião e presidente de Mercocidades, José Corral, encabeçou no dia 26 de outubro a abertura oficial deste espaço de capacitação que congregou a representantes de 16 cidades de seis países latino-americanos que chegaram a Santa Fe para se capacitar na matéria. A iniciativa é parte da Estratégia de Resiliência da cidade, e se enquadra em um acordo de cooperação entre Mercocidades e 100 Cidades Resilientes.A atividade conta com a participação de representantes de 16 governos locais de Brasil, Uruguai, Chile, Paraguai, Bolívia e Argentina. Neste primeiro ciclo de capacitação, que se desenvolveu em dois dias, se abordou a gestão local do risco de desastre e a implementação do Marco de Sendai.

Durante a abertura o intendente Corral ressaltou que “compartilhar este enfoque de resiliência nos parece muito interessante para pensar o desenvolvimento e estabelecer prioridades, procurando estar melhor preparados, sendo mais competitivos, e conseguindo cidades mais inclusivas”.

Também estiveram presentes na abertura oficial, a diretora de Resiliência e secretária de Comunicação e Desenvolvimento Estratégico da Cidade, Andrea Valsagna; o diretor de Estratégias de 100RC, Braulio Morera; o secretário Geral do Município, Carlos Pereira; e Jorge Rodríguez, coordenador da Secretaria Técnica Permanente de Mercocidades. Cabe destacar que as jornadas contaram com a participação de representantes da Faculdade de Arquitetura, Planejamento e Urbanismo da Universidade Nacional do Litoral e da Direção Nacional de Planificação Estratégica Territorial da República Argentina.

Depois de dar as boas-vindas aos participantes, o intendente compartilhou a realidade da cidade, falando de sua localização, “que tem esse privilégio de estar em um lugar rodeado de água doce, um recurso extraordinário e indispensável para a vida, além de seu valor paisagístico; quando se combina com más decisões pode ser a causa de muitas dificuldades. Isso é o que aconteceu em Santa Fe, em sua história, mas fundamentalmente em 2003, devido uma inundação do Rio Salado e, depois pelas chuvas em 2007, que abrangeram o mesmo território”. Nesse sentido lembrou que a partir do trabalho com especialistas “compreendemos que tem que se perguntar como se desenvolve e cresce a cidade a partir de uma visão holística, incorporando a esse desenvolvimento os riscos, não só os mais claros como as inundações em nosso caso, senão também essas problemáticas crônicas que temos as cidades, que na América Latina coincidem nos assentamentos irregulares, e que são: a pobreza, a violência, a falta de oportunidades. Essa visão holística e mais integral é o que se chama de enfoque de resiliência”, argumentou o mandatário.

Mais adiante, considerou que compartilhar o vivido “seguramente permite economizar tempo e caminho, mas também aprender. Neste sentido Mercocidades é em nossa região a rede mais importante, e a que trabalha de forma colaborativa, por isso compartilhar este enfoque de resiliência nos parece muito interessante para pensar o desenvolvimento das cidades, e foi o que propusemos há alguns meses, quando se realizou a cúpula aqui em Santa Fe”. Finalmente, convidou a se perguntar “que sentido prático tem isto de pensar com este enfoque, que significa um esforço concreto, que permite ordenar os projetos da cidade e estabelecer prioridades, buscando estar melhor preparados, sendo mais competitivos, e logrando cidades mais inclusivas”.

Por seu lado, a diretora de Resiliência, Andrea Valsagna, afirmou que a capacitação aponta a que “outras cidades incorporem estratégias de resiliência nas políticas de gestão local. Nestas jornadas vamos compartilhar a experiência de Santa Fe em prevenção de inundações e gestão de risco, mas sobretudo este novo enfoque que estamos incorporando de desenvolvimento de resiliência nas cidades, que é essa capacidade para enfrentar desafios e crescer. Não se trata somente de superar situações críticas, senão desenvolver estratégias que nos permitam estar melhor preparados para diversas situações”, argumentou Andrea Valsagna.

O diretor de Estratégias de 100RC, Braulio Morera, valorizou o fato de trabalhar com cidades do Cone Sul como Buenos Aires, Montevidéu, Santa Fe. “Aqui se fez um ótimo trabalho na proteção da vida e em começar a melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos. Acreditamos que essa é uma experiência muito valiosa, e nós também queremos aprender delas”.

Neste sentido, ressaltou a troca como uma das colaborações fundamentais da Escola de Resiliência. “Isto não é só para aprender de Santa Fe, senão que com todos os participantes, aprendamos de cada uma de nossas experiências, porque esse é o valor fundamental que têm estas trocas, que a ideia que surge em Montevidéu possa ser utilizada aqui e as de aqui possam ser úteis em Puerto Mont, no Chile”, mencionou como exemplo.

Em consonância, Jorge Rodríguez, salientou que “para nós também é uma oportunidade de trabalhar em conjunto com a liderança de Santa Fe nestas temáticas. Foi a partir da cúpula de Mercocidades que tivemos no ano passado nesta cidade, que se propôs trabalhar o tema de cidades e sociedades resilientes, algo muito vigente hoje na América Latina”.

Finalmente, argumentou que assim como “Santa Fe desenvolveu um processo que hoje a põe em um lugar de liderança na região, esse também é uma responsabilidade, porque têm que acompanhar a outras cidades da região a que transitem por esse caminho”.

27 de outubro de 2017