O Boletim de Comercio Exterior do Mercosul é a nova publicação da CEPAL, que entre outros dados, desprende que o Mercosul gera cerca da metade das exportações que os países de América e o Caribe se dirigem em direção a outros países da mesma região, e explica algo, mas do 40% das importações originadas na mesma.


Segundo o documento, boa parte deste aporte ao comercio intra-regional explica-se pelos fluxos de intercambio ao interior do bloque: quase um 60% do total das exportações e perto de dois terços das importações que realiza o Mercosul em direção e desde a região acontecem dentro do próprio bloque sub-regional.

O informe, que será publicado anualmente, forma parte do trabalho conjunto entre as oficinas da Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL) em Brasília, Buenos Aires e Montevidéu, em coordenação com a Divisão do Comercio Internacional e Integração do organismo, ressalta a importância que tem o Mercosul, para a integração regional, o que é evidente ao analisar os dados de comercio intra-regional com o sem presencia do bloque: o comercio intra-regional em América Latina e o Caribe chega apenas ao 16% do total (muito abaixo de outras regiões do mundo), pero seria menor ao 12% em caso de excluir-se a computação dos intercâmbios entre os países do Mercosul.

A publicação também evidencia que o 56% das exportações de manufaturas (não agrícolas) que se dirigem a outros países de América Latina e o Caribe se originam no Mercosul, o que ao mesmo tempo absorve o 48% das importações manufaturas (não agrícolas). Neste sentido, os países latino-americanos e caribenhos constituem um mercado estratégico para as nações do Mercosul, que colocam na região entre um 39% (no caso de Brasil) e um 78% (no caso de Paraguai) de suas exportações manufatureiras, o que contrasta com o peso deste tipo de bens nas exportações extra-regionais, que não excede o 31%.

Acordo com a CEPAL, o Mercosul é, logo do Mercado Comum da América Central, a associação de países mais integrada da região em termos do peso do comércio intra-bloque no comercio total. No entanto, a complementaridade produtiva entre seus membros é ainda reduzida. Como assinala o informe, se encontra limitada a determinados setores e empresas e mediada por assinaturas transnacionais com lógicas produtivas globais.

Tal como acontece com outros países da região, a intensificação do comercio fora do bloque se produziu essencialmente com China. As importações de origem chino deslocaram parte da produção local das compras à própria região, em especial no ramo manufatureiro, sextuplicado sua participação no total de importações do MERCOSUL, que passou de 3,1% a 18,4% desde começos dos anos 2000, de acordo com o boletim.

Por outro lado, a CEPAL afirma que as características do comercio entre os países do bloque, mais diversificado e maior conteúdo tecnológico que o que seus membros fazem com o resto do mundo, contribuem a atenuar a tendência geral rumo à primarización da cesta exportadora que se manifesta em toda America do Sul.

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Fonte: CEPAL