Cidades de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Espanha, Paraguai, Peru e Uruguai, fecham encontro de Comunicação de Mercocidades com uma declaração na que se acorda implementar uma campanha sobre migração e direitos humanos. A mesma será lançada na capital boliviana durante a Cúpula de Mercocidades em dezembro de 2018.


Declaração do encontro de Comunicação de Mercocidades “Migração e Direitos Humanos”

11 e 12 de setembro de 2018, Córdoba, Argentina

“Os representantes de governos locais de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Espanha, Paraguai, Peru e Uruguai, reunidos em Córdoba, em conformidade com os valores de Mercocidades:

Reafirmamos nosso compromisso por construir cidades inclusivas, sustentáveis, participativas e integradas, onde o respeito por os direitos humanos oriente as acções e politicas publicas em nossas cidades.

Destacamos a importância do diálogo e a cooperação internacional como ferramentas imprescindíveis para assegurar o respeito dos direitos económicos, sociais e culturais das pessoas migrantes, especialmente de aquelas mais vulneráveis. Crianças, adolescentes, mulheres, trabalhadores com menor qualificação e aqueles que se deslocam de forma irregular, forçada ou procuram refúgio.

Historicamente América Latina recebeu enormes ondas migratórias e foi enriquecida culturalmente a partir da diversidade. É em honor a essa história de solidariedade que é importante avançar no reconhecimento dos direitos de aqueles que migram, sem importar sua etnia, lugar de nascimento, condição socio econômica, identidade de género ou idade.

No entanto é necessário alertar sobre as importantes dívidas históricas para com as populações e comunidades mais vulneráveis do continente, que assim como em anos anteriores, continuam migrando dentro de nossas nações e fora delas, por melhores condições de vida. É por isso imprescindível que a saúde, a vivenda, a alimentação, a educação, o trabalho, a inclusão digital e os serviços mais elementares, sejam uma realidade para todos.

Como professionais da comunicação e atores de áreas sociais e de direitos humanos, também expressamos nossa preocupação pelo caudal de notícias tendenciosas e discriminatórias sobre pessoas migrantes e enfatizamos a importância do rigor jornalístico, da utilização de fontes legítimas, da opinião de pessoas qualificadas e especialmente a visibilidade das pessoas migrantes. Além da difusão dos seus direitos, os obstáculos que lhes impedem aceder a eles e as políticas públicas locais a sua disposição.