A Unidade Temática de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Mercocidades (UTADS) realizou na passada sexta-feira, dia 28 de julho, um encontro em que várias cidades da Rede refletiram sobre a situação de risco hídrico que afeta a região, e apresentaram boas práticas em matéria de resiliência hídrica.

Representantes de cidades da Argentina, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Uruguai participaram do intercâmbio, além de líderes de organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Banco Interamericano de Desenvolvimento ( BID) e organizações e instituições civis como o CEMPRE – Uruguai, o Centro Universitário Regional Leste (CURE) da Udelar, entre outros.

No início da atividade, o representante oficial do Programa do Escritório Sub-regional do PNUMA para o Cone Sul da América Latina, Felipe Dall, falou sobre a dinâmica do desenvolvimento socioeconômico e seu impacto no abastecimento de água. Nesse sentido, destacou a importância de trabalhar as políticas públicas, com governança transversal, e no longo prazo, com uma abordagem humana que atenda aos diferentes setores da sociedade de acordo com suas necessidades. Ele também destacou a importância de referências científicas para abordar essas questões.

Durante o painel de experiências de governos locais, as cidades de Canelones, Uruguai; Villa Carlos Paz, Argentina; São Paulo e Belém do Brasil; e Puerto Montt do Chile apresentaram as suas práticas de gestão hídrica.

Da cidade de Canelones, coordenadora da UTADS, o director do Ambiente, Leonardo Herou apresentou alguns dados relativos à qualidade da água, referentes ao plano estratégico para a qualidade da água, tendo conseguido a monitorização permanente de mais de 200 pontos do departamento, informação disponível para toda a população.

Por seu lado, Villa Carlos Paz destacou as medidas não estruturais de regulação que acompanham o investimento em estruturas, incluindo a importância da promoção de boas práticas no uso da água na população, bem como medidas regulamentares e fiscalizadoras.

De São Paulo, foi apresentado o Plano mestre da cidade, mostrando a importância de articular diferentes estratégias nas cidades para minimizar o impacto das mudanças climáticas e da crise hídrica, destacando a importância de enfrentar os problemas hídricos com políticas diferenciadas e medidas preventivas, com ênfase em soluções baseadas na natureza. Além disso, os palestrantes destacaram a importância de fortalecer os processos participativos no planejamento e implementação de projetos.

A Prefeitura de Belém destacou a importância da Amazônia para evitar situações de crise hídrica global, destacando que os problemas regionais também são locais.

Finalmente, Puerto Montt falou sobre o Plano Regulador Comunitário que considera e incorpora os conhecimentos ancestrais das comunidades indígenas que estão fortemente ligadas aos recursos naturais e especialmente aos cursos de água e zonas úmidas.