Diversos países da região se mobilizarão amanhã (sábado 3 de junho) no que será a terceira marcha nenhuma a menos desde seu início em 2015, com o fim de denunciar as violências de gênero e exigir a igualdade de direitos e oportunidades. Dos 25 países com as taxas mundiais mais altas de feminicídio no mundo, 14 estão na América Latina. Os assassinatos ocasionados no âmbito das relações de casais constituem na forma mais dramática de violência.

Cifras da CEPAL contabilizam 12 feminicídios diários na região reconhecidos oficialmente, ainda que se advirta que as cifras são muitos maiores devido à falta de mecanismos adequados para reconhecer e identificar os assassinatos de mulheres pelo mero fato de serem mulheres.

A violência não ocorre só no âmbito doméstico, como também em ônibus, ruas e lugares de trabalho.

Segundo Adriana Quiñones, representante da ONU Mulheres na Guatemala, “quando uma mulher é assassinada em sua casa e se começa a perguntar sobre o historial de violência nesse lar, frequentemente pode se descobrir que a mulher tinha acudido a polícia ou que tinha procurado atendimento médico, mas ninguém tinha juntado todas as peças para estabelecer o risco ao qual esta pessoa estava exposta. Em 2012, por exemplo, praticamente a metade das mulheres assassinadas em todo o mundo foi por seu parceiro ou ex-parceiro. Esta proporção é de 1 em 20 para os homens.”

Nenhuma a menos

No dia 11 de maio de 2015, a Argentina se comoveu diante ao feminicídio de Chiara Pérez. Uma jovem de 14 anos, grávida, que foi espancada até a morte e enterrada no quintal da casa de seu namorado depois de estar uma semana desaparecida. O terrível feminicídio de Chiara foi o principal fato que levou à viralização da primeira convocatória para marchar no dia 3 de junho de 2015, sob o slogan “Nenhuma a Menos”, contra as violências de gênero.

Em 2015, a marcha foi realizada em distintos países da região, convertendo-se em uma mobilização que cresce ano a ano, devido à persistência e em alguns casos, agravamento do problema.

Em todo este tempo, as mulheres latino-americanas protagonizaram uma série de multitudinárias jornadas de luta por seus direitos, como o último grande acontecimento, a greve Internacional do dia 8 de março passado. Ao igual que nas anteriores oportunidades, se espera que as manifestações deste sábado voltem a destacar na agenda a reclamação das mulheres contra a violência machista e as distintas formas de opressão patriarcal.

#NiUnaMenos

2 de junho de 2017