As fortes chuvas no Sudeste pararam a cidade de São Paulo e mataram seis pessoas no Estado, incluindo duas crianças no Guarujá. A capital paulista registrou, entre anteontem e a madrugada de ontem, a pior chuva em quase 17 anos.

Foram registrados 140,4 milímetros de chuva entre as 15 horas de terça-feira e as 9 horas de quarta na estação meteorológica oficial da capital paulista.

O recorde histórico é de 151,8 milímetros, no início do verão de 1988, no dia 21, segundo a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Neide Oliveira.

De acordo com dados fornecidos pelo Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo, o número de pontos de alagamento chegou a 117 ao longo do dia e recuou progressivamente até o fim da tarde.

As seis mortes contabilizadas pela Defesa Civil Estadual ocorreram nos municípios de Capivari, Ibiúna, Mayrink, Mairiporã e Guarujá, sendo este último com duas ocorrências. As mortes foram provocadas por afogamento, queda de árvores, desabamentos de residências, queda de placas de sinalização.

Segundo a assessoria de imprensa da Defesa Civil Estadual, não houve nenhum registro de pessoas desabrigadas ou desalojadas. A maioria das ocorrências foram feitas em função de danos materiais.

O balanço atualizado da Defesa Civil Municipal aponta um total de 71 ocorrências desde ontem, incluindo 5 desabamentos de residências, três desabamentos de barracos e 14 deslizamentos de terra. Nenhuma morte foi registrada em decorrência da chuva na capital paulista.

O prefeito de São Paulo, José Serra, disse não concordar com o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, sobre as causas da enchente. Para o governador, faltam bombas nas pontes da Marginal do Tietê. Já Serra disse que choveu muito e, por isso, não havia muito o que fazer. Serra esteve na Marginal do Tietê, sentido Penha-Lapa, entre as pontes da Casa Verde e do Limão, na manha desta quarta-feira. Para ele, a Prefeitura conseguiu contornar o problema, na medida do possível.

Chuvas causam estragos também no Rio de Janeiro

A frente fria que chegou ao Rio na manhã desta quarta-feira, com chuva forte e ventos de até 100 quilômetros por hora, provocou estragos pela cidade.

O fato mais grave ocorreu no Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói, onde a queda de um pedaço de reboco feriu 17 pessoas no ambulatório. A Defesa Civil registrou 105 chamados para quedas de árvore.

Região de Campinas vive dia mais chuvoso em 115 anos

Foi o dia mais chuvoso de maio em Campinas nos últimos 115 anos, desde que o Instituto Agronômico (IAC) iniciou as medições dos índices pluviométricos. Na região, a chuva não veio sozinha. Um tornado com ventos de pelo menos 117 quilômetros por hora deixaram uma pessoa morta e destelharam cerca de 800 casas em Capivari, destruíram dezenas de prédios e provocaram blecaute em praticamente todo o município de Indaiatuba.