O Intendente anfitrião presidiu a abertura oficial da XXI Cúpula de Mercocidades nesta quarta-feira 23 pela tarde no Teatro Municipal, e instou aos alcaides, prefeitos, intendentes e funcionários latino-americanos; às autoridades provinciais e nacionais; aos expertos; e aos representantes de organismos internacionais presentes, a debater e trabalhar em torno à nova agenda urbana. “Devemos nos comprometer com o futuro das cidades para lograr sociedades mais iguais, mais justas e mais resilientes”, enfatizou José Corral.

Com o centenário edifício do Teatro Municipal “1º de Maio” como testemunha de um novo acontecimento histórico para a cidade, o intendente José Corral inaugurou nesta quarta-feira pela tarde a XXI Cúpula da Rede Mercocidades, titulada “Construção de sociedades resilientes no âmbito da integração regional”. Onde o mandatário local instou a trabalhar para fazer sentir a voz dos governos locais, atribuir-lhes as ferramentas adequadas para enfrentar os desafios do século XXI e redefinir os conceitos dos quais pensaram as cidades nas últimas décadas.

No ato, o Intendente esteve acompanhado pelo governador de Santa Fe, Miguel Lifschitz; pelo chefe de governo da Cidade Autônoma de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta; e pelo secretário do Conselho Federal de Investimentos, Juan José Ciácera. Participaram da abertura representantes de mais de 130 localidades da América Latina; autoridades provinciais e nacionais; e representantes de organismos internacionais.

Integração, desenvolvimento e desafios

No início do ato de abertura, José Corral se referiu ao processo de urbanização acelerado que experimenta a América Latina em geral e, particularmente, a Argentina, o qual é constantemente interpelado por novos desafios, como a exclusão social, os fenômenos da mudança climática, o terrorismo e o crime organizado, as novas economias, o desenvolvimento tecnológico da sociedade da informação, as novas aglomerações de conurbações e a governabilidade. “As cidades são e serão os cenários privilegiados para a vida das pessoas, e por isso revalorizamos o conceito de Direito à Cidade. A inclusão de toda a população é um dos princípios chaves”, disse o mandatário local. Neste sentido, enfatizou que “os debates do mundo veem às cidades, e os governos locais temos que ter mais protagonismo e apoio dos outros níveis do Estado.”

Ao mesmo tempo, José Corral expressou a necessidade de instalar a agenda mundial nas cidades, mas também instalar as cidades na agenda mundial. Por isso, celebrou o espaço de debate que gera a Cúpula e fez ênfase em aproveitá-lo para trocar experiências, porque “sabemos que os problemas mais agudos afetam a todos, porém sofrem mais quem menos têm. E construir cidades resilientes nos permite colocar o foco nessa capacidade das comunidades de enfrentar as crises. Exige-nos pensar a integração regional e o desenvolvimento urbano do ponto de vista da equidade e da sustentabilidade.”

Santa Fe resiliente

A cidade de Santa Fe atravessou meses difíceis, com inundações extraordinárias do rio Paraná e do Salado, e ao mesmo tempo chuvas e tormentas fortes. O intendente compartilhou a experiência e contou que a cidade superou este desafio “porque estamos nos preparando há vários anos, sob os lineamentos da gestão integral do risco e, procurando construir cidades resilientes. Apesar de ter sofrido um dos maiores eventos, nos recuperamos e podemos encarar encontros desta hierarquia. Por isso mesmo, também encontrarão grande parte da cidade em obras, porque estamos em plena etapa de reconstrução.”

Para novas estratégias

Já o governador Miguel Lifschitz destacou a presença dos governos locais de praticamente todos os países da América do Sul na Rede, o que dá “uma extraordinária vigência, porque foram se renovando os dirigentes e, isso foi fortalecendo a entidade ao longo dos anos. As cidades têm cada vez mais importância no mundo, porque são os cenários onde se desenvolvem as instituições e a sociedade civil, e isto exige novas estratégias e novos sinais na capacidade dos governos”.

Por seu parte, Rodríguez Larreta felicitou a cidade pela organização, destacou sua realização como um valioso espaço de debate, e compartilhou a experiência de Buenos Aires enquanto a sua agenda urbana. “Há uma migração para a cidade em todo o mundo, para a qual temos que nos preparar, porque isso vai acontecer, e isso é uma eleição das pessoas, não nossa. E diante deste fato, pode se deixar que suceda de forma desordenada, ou pensá-lo e planificá-lo, acarretando uma melhor qualidade de vida de todos”, finalizou o chefe de governo portenho.

Juan José Ciácera foi outro dos oradores na inauguração da Cúpula, e salientou que o objetivo fundamental do Conselho Federal de Investimentos da Argentina , o qual dirige, é buscar as melhores condições de vida em todo o território nacional para que as cidades, qualquer que seja, tenha as mesmas possibilidades que a demais.

Santa Fe, a referência

Prévio à abertura oficial, se desenvolveu uma conferência de imprensa no Museu do Teatro Municipal. Às palavras do intendente José Corral e de Horacio Rodríguez Larreta, se uniram nas intervenções de atores destacados da região.

Elkin Velásquez, diretor Regional da ONU Hábitat para América Latina e Caribe, destacou que “depois de sair de Hábitat III, a conferência global das Nações Unidas sobre desenvolvimento urbano sustentável e moradia, se gerou uma nova agenda urbana, que temos como ponto de referência. Em Santa Fe começa sua implementação para os próximos 20 anos na região de Mercocidades”.

Enquanto que Ricardo Mena, chefe do Escritório Regional para as Américas do Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres, ressaltou: “O significativo que é que o tema principal desta Cúpula seja o desenvolvimento das sociedades inclusivas e resilientes, e que se realiza aqui, onde se deu uma prioridade fundamental para o tema nos últimos anos”.

Finalmente, o secretário municipal de Relações Internacionais e Federativas -SMRIF- de São Paulo (Brasil), Vicente Trevas, destacou o orgulho de deixar a presidência nas mãos da cidade de Santa Fe, e ressaltou que isso consolida a diversidade da região e ajuda a construir a unidade de ação.