No Dia Internacional da Mulher, a Unidade Temática de Gênero y Município de Mercocidades emite um comunicado em que reinvindica “a histórica luta das mulheres pela igualdade, pela justiça e pela paz”. Leia o comunicado a continuaçao:

Dia a dia, mulheres de diversas procedências, idade, etnia-raça, orientação sexual, identidade de gênero, se reúnem, mobilizam e exigem seus direitos.

Cada 8 de março, Dia Internacional da Mulher, mulheres e homens  comemoramos a histórica luta das mulheres pela igualdade, pela justiça e pela paz; homenageamos a todas as mulheres, em especial as que já não estão.

O surgimento do Dia Internacional da Mulher deve ser entendido como o produto de um processo histórico e ideológico marcado pelas lutas das mulheres trabalhadoras que a fins do século XIX começam a se organizar junto com outros coletivos de mulheres para reclamar por seus direitos trabalhistas, civis e políticos. Rebelavam-se contra as condições desumanas de trabalho, de vida confinada ao lar e sua impossibilidade de votarem e serem candidatas.

Em 1977, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher, simbolizando nesta data a longa luta das mulheres pelo reconhecimento e exercício de direitos.

Na América Latina, as mulheres têm uma longa tradição de reivindicação de seus direitos. Mulheres indígenas, afrodescendentes, brancas, camponesas, das cidades, lésbicas, trans, jovens, adultas, trabalhadoras, políticas, no governo e na sociedade civil tem se incentivado e mantido a agenda de mulheres e feministas, articulando com outras agendas e ampliando os feminismos desde as diferentes identidades.

No Uruguai , no dia 8 de março de 1930, se registra a primeira mobilização de mulheres sindicalistas. Desde aquele então até hoje temos conquistado muitos avanços. Entretanto, os estudos realizados nas últimas décadas ainda mostram que, no Uruguai, as mulheres são mais pobres que os homens, têm mais dificuldades para conseguir um trabalho formal, menos chances de ter justiça salarial, cuidam mais às pessoas dependentes, limpam mais suas casas e as de outros/as, têm menos tempo para o lazer, o desfrute e a criação, têm menos oportunidades de serem eleitas em cargos de representação política, são menos visíveis nas artes e na cultura e, além disso, têm mais possibilidades de serem assassinadas por um homem de sua família e de serem alvo de acosso e violência nos espaços públicos. Estas desigualdades condicionam a homens e mulheres na liberdade de pensar a forma de viver da maneira que lhes faça mais felizes.

Trabalhar para a igualdade de gênero e de fazer do mundo um melhor lugar para as mulheres e também para os homens, é um compromisso da Unidade Temática de Gênero y Município de Mercocidades, desde a sua criação em 1999.”

Patricia González Viñoly
Coordenadora da Unidade Temática de Gênero y Município de Mercocidades
Intendência de Montevideo, Uruguay
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Fotografía: WFP / Abeer Etefa