Durante os dias 29 e 30 de novembro, a Cúpula das Mercocidades em Montevidéu sediou três diálogos regionais focados em cuidado, desenvolvimento sustentável e inovação. O evento reuniu representantes de mais de 70 cidades da América do Sul.
Além das autoridades governamentais locais de toda a região, representantes de várias organizações internacionais como o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), o Pacto Global sobre Prefeitos de Clima e Energia (GCoM), a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), a Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), a rede de Cidades e Governos Locais Unidos (UCLG) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, juntamente com várias organizações e instituições nacionais do Uruguai.
A seguir algumas de suas principais conclusões:
Cidades que cuidam, sustentabilidade da vida e direito ao território
Os governos locais têm desempenhado um papel fundamental no cuidado das pessoas. Ao falar sobre cuidados, não estamos falando apenas de serviços específicos de atendimento e assistência, mas também da vida no território, espaços públicos, mobilidade, participação política, autonomia econômica, acessibilidade, entre outros aspectos.
Também foi destacado que a pandemia nos trouxe de volta à realidade abruptamente, mostrando-nos que não só o cuidado é fundamental, mas a tarefa de cuidar influência na desigualdade devido aos próprios papéis de gênero que nos foram atribuídos e que ainda estamos tentando desfazer. Nesse contexto, alguns dos principais desafios para alcançar um sistema de atenção integral são a sustentabilidade, organização comunitária, transformações culturais, inovação e progressividade.
Durante as intervenções, também foram destacadas algumas questões que ficaram por responder: que capacitação precisamos para cuidar melhor, quais serviços públicos, a quem cuidamos, quem são as pessoas que cuidam e quem cuida de quem exerce a tarefa de cuidado.
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Inovação aberta e participativa alinhada com a estratégia da cidade
Foram compartilhadas experiências de incorporação de sistemas digitais em diversas áreas de gestão das cidades. Eles refletiram sobre a importância do uso de dados para lidar com emergências climáticas, o uso da inteligência artificial para melhorar a qualidade de vida dos habitantes das cidades. Sobre como melhorar e promover novos modelos para inovar a partir de uma participação que coloque as pessoas no centro, especialmente as crianças. Também foram mencionadas as dificuldades na implementação de projetos inovadores e sobre os cuidados que devem ser tomados no uso da inteligência artificial e a importância do treinamento para evitar riscos.
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A cidade do futuro, sustentabilidade ambiental e inclusão social
Durante a atividade, foram mencionados diferentes setores prioritários para avançar no desenvolvimento ambientalmente sustentável na região. Mobilidade elétrica, energia limpa, economia circular, saúde e revolução digital.
Também se alertou sobre o pouco poder de decisão dos governos locais na América Latina, uma situação que dificulta o trabalho estratégico, a articulação latino-americana e a construção de cidades inteligentes e sustentáveis. Além das consequências da crise climática no Sul do planeta, onde sofremos seus ataques com mais intensidade apesar de não sermos os maiores emissores. É por isso que foi destacada a necessidade de acesso a recursos para combater as mudanças climáticas em um cenário de responsabilidades compartilhadas, mas diferenciadas.
Por outro lado, três princípios fundamentais para a sustentabilidade também foram enfatizados: equidade em sua expressão mais profunda, alcançando soluções diferenciadas de acordo com cada contexto e governar com base em evidências e participação social.
Por último, cabe destacar que em diferentes intervenções ao longo do evento se fez referência à importância da proteção da Amazônia como patrimônio natural do planeta. E foi denunciado o negacionismo do governo federal do Brasil, que nos últimos anos incentivou a destruição da Amazônia.
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