Ontem, 4 de junho, abriu a capacitação regional de Mercocidades com a apresentação de ideias de projetos a implementar em localidades de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. A jornada culminou com um debate sobre o papel dos governos locais na integração regional, no qual se reafirmou que “a unidade latino-americana é um objetivo de carácter estratégico para nossos países.”


Participam da capacitação representantes de governos locais, instituições acadêmicas e organizações sociais, que ao longo da semana trabalharão na formulação de projetos em vários temas de preocupação local: desenvolvimento sustentável, participação cidadã, inovação, turismo sustentável, transparência, orçamento participativo, direitos humanos, inclusão social e governo aberto.

A abertura esteve a cargo de autoridades da Intendência de Montevidéu, da Agência Uruguaia de Cooperação, da Secretaria Geral Ibero-Americana e do Instituto de Comunicação e Desenvolvimento do Uruguai. O debate foi presidido por Álvaro Padrón, coordenador de projetos da Fundação Friedrich Ebert no Uruguai; e Graciela Villar, presidente da Junta Departamental de Montevidéu, sob a coordenação do Cientista Político Carlos Lujan, e se centralizou na importância do local para a integração regional, desde a perspectiva da cooperação Sul-Sul.

Durante sua intervenção Graciela Villar enfatizou sobre a importância de aprofundar a cooperação Sul-Sul em Mercocidades, em um contexto latino-americano de governos mais neoliberais e conservadores. “A cooperação Sul-Sul segue sendo um objetivo estratégico para os povos da América Latina. Na medida em que há diferentes organizações preocupadas pelos temas meio ambientais, pela água, pela extração a céu aberto, pelas mulheres e seus direitos. Por temas de preocupação que nos são comuns e que começam a gerar novas redes de resistência para a manutenção dessa cooperação.”

Ademais, Villar afirmou que “nossas cidades têm enormes nichos de desigualdade social sendo necessário desenvolver programas que desde a organização social, desde o local, estabeleçam projetos que permitam sair às pessoas da vulnerabilidade o mais rápido possível, ou mitigar essas condições.”

Por outro lado, a intervenção de Padrón se referiu a como os assuntos nacionais se definem na escala global, e nesse sentido afirmou: “Questiono a lógica atual da globalização, que em um princípio estava associada ao território, mas que nas últimas décadas se dissociou do Estado, e se transferiu ao mercado, e no mercado mundial os cidadãos nos convertemos em consumidores globais, não em cidadãos globais, e nos sentimos aparentemente parte dessa globalização, mas como consumidores. Tudo circula livremente, os capitais, o dinheiro, as mercadorias, os serviços, as comunicações, as pessoas não.”

A Semana da Integração em Montevidéu, continuará até a sexta-feira 8 de junho, e além da capacitação, conta entre suas atividades com dois encontros nas temáticas de Gênero e Deficiência Física e Inclusão, assim como o lançamento do projeto de cooperação Sul-Sul: “Mulheres em situação de deficiência física, ferramentas para seu empoderamento e participação”, cofinanciado pelo Programa de Cooperação Sul-Sul de Mercocidades, com apoio da Agência Uruguaia de Cooperação Internacional.

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5 de junio de 2018