Neste 29 de agosto, na cidade do Panamá, durante o II Encontro Ibero-Americano de Governos Locais e Comunicação Social, a União de Cidades Capitais Ibero-Americanas (UCCI) com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), lançou a primeira edição do Prêmio de Jornalismo de Cidades Ibero-Americanas da Paz, em homenagem aos jornalistas mexicanos Miroslava Breach e Javier Valdez, assassinados este ano em seu país devido a seu corajoso e comprometido trabalho profissional em torno à corrução política, a vulneração dos direitos humanos e o narcotráfico, entre outros assuntos. A data limite para a entrega de artigos é até o dia 15 de novembro de 2017.


O objetivo do galardão é fomentar a criação de trabalhos de imprensa escrita que abordem e analisem o caminho das urbes ibero-americanas para a paz e a erradicação das violências. Segundo explicou o diretor geral da UCCI, Antonio Zurita, a iniciativa “visa racionalizar o papel do jornalista na sua capacidade de usar a ferramenta da comunicação e construir a paz”. (…) “Construir a paz, ou seja, enfrentar a violência”, acrescentou.

Em referência a homenagem dos jornalistas Breach e Valdez, Zurita indicou que além de ajudar a construir estes valores, os informantes mexicanos “entregaram sua vida defendendo um jornalismo comprometido, um jornalismo real”, e por isso o prêmio é dedicado a eles.

Prêmio
Poderá participar do prêmio qualquer pessoa maior de idade (18 anos), podendo apresentar artigos em espanhol ou português, os quais deverão ter uma extensão mínima de 1.500 palavras. O texto poderá estar acompanhado de fotografias, infografias ou vídeos, embora nos critérios de avaliação para a seleção dos três trabalhos vencedores prevalecerá o valor jornalístico do texto.

A data limite para a entrega dos artigos é o próximo dia 15 de novembro de 2017, e cada um dos três textos premiados receberá um prêmio de 800 euros. Também se realizará 10 menções especiais, sem remuneração econômica.

Acesse as bases

Miroslava Breach Velducea foi uma jornalista mexicana assassinada no dia 23 de março de 2017 quando saia de sua casa em Chihuahua (no norte do México). Com uma trajetória profissional de mais de 20 anos, Breach centrou sua atividade jornalística na investigação de assuntos relacionados à violação dos direitos humanos e ao narcotráfico, entre outros assuntos.

No momento de seu assassinato, Breach trabalhava como correspondente em Chihuahua do jornal La Jornada e do jornal Norte. Nascida em Chínipas, um município pequeno ao sudoeste do Estado de Chihuahua, começou sua carreira jornalística no semanário Concepto de La Paz, na capital do Estado de Baja Califórnia Sur. Depois de ocupar a subdireção de outro semanário de Baja Califórnia, La Opinión de Los Cabos, trabalhou durante os últimos 22 anos como jornalista em Chihuahua.

Seu assassinato foi condenado pela sociedade mexicana, algo que se refletiu nos numerosos protestos que se produziram ao longo do país para exigir justiça e respeito à liberdade de imprensa e expressão.

Javier Valdez
Javier Arturo Valdez Cárdenas foi um jornalista mexicano assassinado no dia 15 de maio de 2017 em Culiacán (no oeste do México) quando ia para o trabalho.

Entre outros cargos ao longo de sua carreira, foi correspondente do jornal La Jornada desde 1998 e fundador de Riodoce, uma publicação especializada em informar sobre o narcotráfico e o crime organizado no México. Além de jornalista, atividade profissional pela qual obteve diversos reconhecimentos internacionais, também era escritor.

Seu assassinato também gerou uma onda de desgosto social e uma série de protestos no país para exigir justiça e respeito à liberdade de imprensa e expressão.

Fonte: União de Cidades Capitais Ibero-Americanas (UCCI)

30 de agosto de 2017