Grupo de Deficientes Físicos e Inclusão apresentou a terceira edição de Rampa Mercocidades O Grupo de Deficiência Física e Inclusão (GDI) de Mercocidades apresentou o terceiro número da revista Rampa Mercocidades, durante a XIX Cúpula de Mercocidades, realizada em Rosário, Argentina, de 3 a 5 de dezembro. Nesta ocasião a revista propõe uma revisão do trabalho realizado pelo GDI nos últimos dois anos, conta como se trabalhou na acessibilidade na cidade de Porto Alegre, Brasil, durante o mundial de futebol, e a experiência de vida de uma jornalista cega na América Latina.
Após um breve editorial escrito por Federico Lezama, coordenador do GDI, Rampa faz uma revisão do trabalho do GDI depois de dois anos de sua criação, onde transporte, turismo, cultura e legislação são alguns dos temas que foram abordados em conjunto as cidades que participam no Grupo. Ao mesmo tempo em que nos contam suas aspirações “trás consolidar o espaço como um ponto de encontro e troca sobre projetos concretos, o grupo se propõe ampliar a participação das cidades do MERCOSUL e da região”.
“Entre caminhos no sul” é o título que reflete o trabalho que se realizou na cidade de Montevidéu, Uruguai, em que se propõem linhas de cooperação sobre a deficiência física entre as cidades. Esta pesquisa foi apresentada na cidade de Pergamino, Argentina, na reunião da Unidade Temática de Gênero e Município de Mercocidades no passado mês de setembro, onde “se conseguiram alianças, por exemplo, com a municipalidade de Morón, que vem trabalhando sobre violência doméstica na deficiência física e ficamos de mandar nossa pesquisa a todas as cidades presentes na reunião” conta na revista Tania Aguerrebere, integrante da Secretaria de Gestão Social para a Deficiência Física da Intendência de Montevidéu.
Porto Alegre foi um exemplo contemplando os direitos das pessoas com deficiências físicas durante a copa do Mundo FIFA 2014. “Todos os povos. Todas as cores. Porto Alegre contra os preconceitos” foi a bandeira que levantou a cidade durante o torneio. A acessibilidade permitiu a todas as pessoas curtirem as atrações artísticas e culturais que rodearam ao Mundial. O responsável da Secretaria de Acessibilidade e Inclusão Social (Smacis), Raúl Cohen, destacou que “além dos serviços oferecidos no marco da Copa do Mundo, esta deixou como legado grandes obras de infraestrutura para a cidade e permitiu incorporar modernos equipamentos para pessoas com deficiência física e mobilidade reduzida”.
Além disso, Rampa conversou com Verónica González, a única jornalista cega na América Latina que exerce sua profissão na televisão, onde conta sobre seu começo na comunicação e sobre a importância do acesso à informação como ferramenta para eliminar preconceitos. Atualmente, é responsável de uma coluna sobre deficiência física, que se transmite todas as segundas-feiras no jornal matutino do Canal 7 argentino, onde aborda o tema com uma perspectiva de direitos humanos.
Por último, Rampa propõe um diálogo com Adriana Ciarlantini, responsável da Direção para a Inclusão de Pessoas com Deficiência Física da Municipalidade de Rosário, onde conta como se preparou a cidade para a XIX Cúpula de Mercocidades, do desafio que enfrenta esta localidade ao ser a próxima cidade em assumir a Secretaria Executiva de Mercocidades, e sobre os avanços e dívidas da política em relação a deficiência física em Rosário.
A publicação procura transcender os espaços institucionais e chegar aos cidadãos dos governos locais da Rede. É uma ferramenta para as organizações sociais, as instituições públicas e as pessoas que trabalham a visibilidade da deficiência física e a acessibilidade. É ideada e desenvolvida por pessoas com deficiência física, e financiada pelo GDI de Mercocidades. Eles também realizam a revista Rampa Montevidéu, e desde 2009 trabalham no desenvolvimento de um portal web chamado “Luz Verde”, o primeiro portal uruguaio sobre deficiência física. Após dois anos e meio de trabalho em conjunto, criaram a Cooperativa de Trabalho Luz Verde, a partir da qual se realiza o portal e as revistas.