Durante os dias 11 e 12 de maio de 2005 se reuniu na cidade de Brasília, a Cúpula América do Sul – Países Árabes, impulsionada pelo MERCOSUL, com o objetivo de impulsionar a cooperação econômica entre as duas regiões. Participaram da mesma 12 países da América do Sul (todos menos Guiana Francesa, incluindo a Suriname e Guiana) e 22 países árabes.

A declaração final da Cúpula teve um particular conteúdo político ao mesmo tempo em que se explicitou o compromisso dos assinantes para fomentar o aumento do comércio e de inversões, e estimular os vínculos entre as duas regiões. O documento, por um lado, condena «todo tipo de terrorismo», mas por outro reconhece «o direito dos povos a resistir à ocupação estrangeira».

No discurso de abertura, o presidente brasileiro, Lula da Silva, afirmou que o encontro supõe «um compromisso de trabalho para aproximar a duas regiões distantes» mas «ambiciosas em suas aspirações». E acrescentou que «o grande desafio é desenhar uma nova geografia econômica e comercial internacional».

No marco da Cúpula, o MERCOSUL e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) firmaram um Acordo Marco de Cooperação Econômica que estabelece as bases para a futura negociação de um Tratado de Livre Comércio entre os dois blocos. O acordo está orientado para uma maior aproximação por meio da cooperação econômica, técnica, comercial, tecnológica e de inversões.

O Conselho de Cooperação do Golfo é uma aliança econômica, militar e estratégica fundada em 1981 e integrada por Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Qatar e Omã. Pelo MERCOSUL assinaram o documento os Chanceleres dos quatro países membros, enquanto que pelo CCG o fez seu secretário geral, Abdelrahman bin Hamad Al Attiya, e o ministro de Assuntos Exteriores de Bahrein, Mohamed bin Mubarak Al Jalifa, país que está a cargo da presidência do organismo.

Este foi o terceiro acordo marco firmado pelo MERCOSUL com os países árabes, já que a união alfandegária do Cone Sul negocia um Tratado de Livre comércio com Egito e a fins do ano passado lançou uma negociação similar com Marrocos.

Além do mais, as duas regiões criaram um «mecanismo de seguimento» dos acordos que levará à celebração de uma reunião de chanceleres em 2007, em Buenos Aires, e de uma nova cúpula, a se realizar em 2008 num país árabe.