MontevidéuSegundo uma pesquisa da consultora Mori feita em Buenos Aires os interessados ascendem a 380.000 argentinos. Se confirmadas estas intenções, diversos analistas prevêem mudanças sócio-culturais nas localidades uruguaias receptoras.

A pesquisa de Mori Argentina revelou que 1% dos argentinos analisa e em alguns casos planifica se radicar no Uruguai o que suporia um impacto migratório máximo de 380 mil pessoas.

Um dos perfis mais reiterados entre os interessados é o constituído por famílias com filhos pequenos e aposentados de ingressos médios-altos.

A segurança e a tranqüilidade das localidades uruguaias constituem um fator de peso para tomar a decisão. A possibilidade de negócio no âmbito imobiliário também tem seu peso entre o empresariado argentino dedicado ao ramo.

O dado apresentado durante o Primeiro Encontro do MERCOSUL de Profissionais Imobiliários e 2º Congresso Nacional Imobiliário que se realizou em Punta del Este ressaltou a urgência por definir a ordenação e as normas na matéria de construção para dar certeza e aproveitar ao máximo a afluência de inversão desde Estados Unidos e Europa.

Esta novidade dominou a exposição de vários expositores no encontro que reúne aproximadamente 400 operadores da região e do resto do mundo.

O analista imobiliário Julio Villamide disse que a chegada de inversores e de pessoas que querem se radicar no país «é um entornar permanente que já começou». Como amostra disso o experto citou a «constante» chegada de argentinos que se radicam em Colônia contabilizando que já existam 800 famílias vivendo no departamento.

«Também ocorre em Maldonado e em forma particular em Montevidéu onde dez argentinos por semana se estão radicando. Trata-se de gente de um forte poder aquisitivo pelo que é uma excelente oportunidade de trabalho para todos» acrescentou Villamide.

Segundo o especialista, o ingresso de capital no mercado imobiliário tanto no Uruguai como na Argentina responde ao avanço de inversores que «estão saindo do ciclo de alta» nos mercados de Estados Unidos e Europa e que querem se adiantar à nova valorização que se dará na região.

Um indício do potencial que existirá nos mercados em desenvolvimento está dado pelos preços. A experta estado-unidense Aída Turbow disse claramente as diferenças ao destacar que no metro quadrado de um apartamento sobre a Via Veneto chega custar 26 mil euros, dez vezes mais do custo das melhores construções de Punta del Este e da região.