Presidente Fernando LugoApós 61 anos de governo do Partido Colorado, Fernando Lugo, como representante da Aliança Patriótica para a Mudança (APC), assumiu hoje, dia 14 de agosto, a presidência do Paraguai.

Durante a cerimônia Lugo ratificou seus postulados a favor da justiça social e econômica, e prometeu trabalhar pela integração regional e contra a corrupção.

O ex-bispo Fernando Lugo jurou nesta manhã como novo presidente do Paraguai e assumiu formalmente o cargo, por meio de um discurso, em castelhano e em guarani. Seu mandato se estenderá até 2013.

Neste sentido, Lugo afirmou que «a austeridade e a probidade serão o norte da nossa gestão» e afirmou que «hoje termina um Paraguai com fama de corrupção. Seremos implacáveis com os ladrões da Nação», enfatizou.

Também falou de um pacto social entre os setores e afirmou: «Renuncio a viver em um país onde uns não dormem porque têm medo e outros não dormem porque têm fome».

Assistiram a posse nove presidentes latino-americanos: Hugo Chávez, da Venezuela; Cristina Fernández, da Argentina; Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil; Rafael Correa, do Equador; Michelle Bachelet, do Chile; Evo Morais, da Bolívia; Tabaré Vázquez, do Uruguai; Manuel Zelaia, de Honduras; e Daniel Ortega da Nicarágua. Também assistiram os presidentes de Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, e de Taiwan, Ma Ying-jeou, o príncipe herdeiro da Espanha, Felipe de Borbón, e o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutiérrez.

O ex-bispo jurou com voz forte e a mão erguida o compromisso «ante Deus e a Pátria» de cumprir em forma suas obrigações, seguido do juramento do vice-presidente eleito, Federico Franco, do Partido Liberal, segunda força política do país e principal integrante da Aliança Patriótica para a Mudança.

Lugo, afiliado a Teologia da Liberação e de perfil ideológico centro-esquerda, assumirá o cargo secundado por um gabinete ministerial tão heterogêneo como a própria Aliança Patriótica para a Mudança (APC), a coalizão de 10 partidos políticos e mais de 20 movimentos sociais que o levaram ao triunfo nas eleições gerais de abril.

Também por primeira vez na história deste país uma mulher indígena, Margarita Mbywangi, estará à frente da secretaria do Estado que atende os problemas deste setor da população.

Nicanor Duarte termina seu mandato de cinco anos em meio de graves acusações de corrupção, uma denúncia persistente sobre administrações anteriores, esbanjo dos recursos estatais e o nível mais baixo de popularidade entre os presidentes da América Latina, segundo uma pesquisa realizada pela empresa mexicana, Consulta Mitofky.