O Presidente da República da Bolívia, Evo Morales, agilizará um desembolso de seis milhões de dólares para cobrir os desastres sucedidos em La Paz. Três milhões serão reembolsados ao Governo Municipal pelo gastos em emergências ao longo dos anos 2006 e 2007 e o resto para os últimos desastres.
No passado sábado 26 de janeiro mais de 400 mil habitantes de La Paz careceram do serviço de água potável pelos desmoronamentos que afetaram a sua principal represa, os motivos são os mesmos que afetam a toda a Bolívia e já causaram a morte de 35 pessoas, a erosão e as inundações causadas pelas chuvas.
O presidente Evo Morales anuncia um crédito de seis milhões para atender as emergências em La Paz. Trás uma inspeção à represa de Hampaturi, onde colapsou uma tubulação matriz de água potável, o mandatário disse que o Governo Municipal receberá os primeiros três milhões em uma semana.
A comitiva oficial formada pelo Presidente da República, pelo Ministro da Presidência, Juan Ramón de la Quintana, pelo prefeito Juan Del Granado, pelo gerente de Epsas (a empresa de água potável que subministra à cidade), Víctor Hugo Rico, pelos membros da Defesa Civil e pelos técnicos municipais partiu da cidade de La Paz às 7h e chegaram ao lugar aproximadamente às 8h.
Junto aos habitantes das comunidades fizeram uma inspeção até o setor onde se arruinou a tubulação que subministra água a toda a ladeira Leste e Sul. Neste lugar se verificou que os obreiros de Epsas realizam trabalhos para restabelecer o subministro deste líquido elementar em 10 dias aproximadamente.
Na inspeção o presidente Evo Morales anunciou que agilizará o desembolso de seis milhões de dólares para que o Governo Municipal de La Paz solucione as emergências registradas nos últimos dias pelas constantes precipitações pluviais.
«Tínhamos uma responsabilidade desde há um ano com o Governo Municipal de La Paz para a entrega de seis milhões de dólares. Em conversação com o Ministro da Fazenda se estabeleceu que se podem desembolsar três milhões em uma semana, depois de resolver os temas administrativos», disse Morales.
O prefeito Juan Del Granado, quem acompanhou ao Presidente, explicou que dos seis milhões de dólares, três serão reembolsados para cobrir as emergências de 2006 e 2007 e os restantes três milhões serão utilizados para atender os desastres deste ano.
Informou que desde 2006 tramitam ante a Corporação Andina de Fomento (CAF) um crédito de cinco milhões de dólares, mas lamentavelmente o mesmo foi demorado e retardado em sua execução durante este tempo.
Ante esta situação o Presidente instruiu que se agilize o desembolso dos cinco milhões de crédito solicitados pelo Governo Municipal La Paz e que se amplie um milhão mais, ou seja, seis milhões de dólares.
Subministro da Água
O Prefeito de La Paz disse que realizam um acompanhamento permanente a Epsas nos trabalhos de solução da matriz danificada para restabelecer o subministro de água potável aos habitantes de La Paz.
«Requerem-se recursos extraordinários que serão providos pelo Vice-ministério de Investimento Público, mas não podem ser executados por Epsas, pois ela não tem as características institucionais para executar recursos de contravalor», explicou Del Granado.
Por este motivo, o Presidente da República tomará uma decisão nas próximas horas para que se concretize um convênio entre o Vice-ministério de Investimento Público, a Epsas e o Governo Municipal para que os recursos de contravalor que provêem de doação sejam executados pela Prefeitura pacenha para começar a reparação do ducto principal.
Manifestou que se registrou uma demora em iniciar os trabalhos para dar solução ao subministro de água porque há algumas diferenças entre os habitantes da comunidade de Hampaturi.
Agora com o apoio do Presidente da República se canalizarão os recursos para contratar uma empresa que se responsabilize do desenho final e dos trabalhos de reparação definitiva da matriz danificada.
O gerente de Epsas, Víctor Hugo Rico, explicou que nesta quarta-feira iniciaram os trabalhos de reparação do canal da represa de Hampaturi que combinado com as tubulações tem uma extensão de dois quilômetros e meio.
Desde novembro até hoje La Niña já afetou a quatro departamentos com suas precipitações e geadas. De acordo com os prognósticos oficiais, o fenômeno climatológico ficará no país até março de 2008.
O chefe de Prognósticos do Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia (Senamhi), Félix Trujillo, alertou que entre dezembro e janeiro a temporada de chuvas será intensa, estendendo-se até março no planalto e na cordilheira oriental.