No dia de hoje (12 de novembro) iniciaram as atividades da XX Cúpula de Mercocidades em São Paulo, com a participação de representantes de 40 cidades sul-americanas, e de especialistas e referentes de distintas organizações locais e internacionais. Este encontro se realiza no âmbito das celebrações pelos 20 anos de Mercocidades e tem como grande objetivo definir uma nova agenda para o desenvolvimento sustentável na região.
Durante o primeiro dia da Cúpula as reflexões se centralizaram nos desafios urbanos perante três grandes debates internacionais liderados pelas Nações Unidas, os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio – agenda 2030, a Conferência do Clima (COP 21) e Hábitat III.
“As cidades da Rede têm um horizonte comum de integração regional. Por isso, é importante fazer uma leitura coletiva dos desafios, para pensar em estratégias que nos permitam superar os problemas das cidades, especialmente no momento em que as cidades ganham projeção nas agendas internacionais”, afirmou o secretário de Relações Internacionais e Federativas de São Paulo, Vicente Trevas. Na abertura do primeiro painel da Cúpula, “Hábitat III e a Nova Agenda Urbana Estratégica”, Trevas também lembrou que a pauta urbana se fortaleceu no cenário internacional, citando como exemplo o evento promovido pelo Vaticano em julho, no qual o Papa pediu apoio a 65 cidades do mundo para enfrentar a mudança climática e as expressões modernas da escravidão.
Por outro lado, durante a segunda plenária do dia, dedicada a abordar a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, o coordenador de Relações Internacionais da prefeitura de Guarulhos, expressou: “Estamos muito mais próximos às realidades do que o estão os organismos internacionais. Os problemas batem em nossa porta”. Reafirmando ante esta situação a relevância de “não esquecer nossas principais bandeiras”, que em ocasiões não estão contempladas nas metas globais, como o aprofundamento da democracia participativa.
Na mesa que abriu os trabalhos do dia, também participou o secretário de Desenvolvimento Urbano de São Paulo, Fernando de Misso Franco, que alertou sobre o impacto das desigualdades na vida urbana, que se visualizam em problemas ambientais, econômicos, culturais e sociais. Também destacou o aparecimento de novos fenômenos que geram conflitos geracionais, em relação à utilização dos espaços públicos. “Em São Paulo, isso se vê claramente. As gerações mais novas questionam os modos de vida nas cidades e recebem com maior abertura iniciativas dirigidas a novas formas de mobilidade, por exemplo. A situação a resolver tem que ver com reconstruir a vida urbana através do diálogo”.
Em total se realizaram quatro plenárias, que reuniram a especialistas, representantes de cidades e países e de organizações como PNUD, UNESCO, a União de Cidades Capitais da Ibero-América e o MERCOSUL.
A Cúpula culmina no sábado 14 de novembro, com o traspasso da Secretaria Executiva da Rede da cidade Argentina de Rosário a São Paulo, que assumirá a representação política da Rede durante 2016.
Fontes: Imprensa São Paulo e Mercocidades