Eduardo Galeano, o reconhecido escritor uruguaio, autor de «Veias abertas da América Latina», foi declarado na última quinta-feira 3 de julho como o primeiro Cidadão Ilustre do Mercosul.

Numa nota conjunta, os ministros de Relações Exteriores de Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela indicam que entregaram a distinção «em virtude das importantes contribuições que (Galeano) tem realizado à cultura, à identidade latino-americana e à integração regional».

Numa cerimônia organizada pela Comissão de Representantes Permanentes do MERCOSUL, Galeano recebeu o galardão instância à que assistiram o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, e o prêmio Nobel da Paz, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, entre outras autoridades.

Na cerimônia Galeano ressaltou que o «verdadeiro primeiro cidadão ilustre da região» foi o prócer, General José Gervasio Artigas. Para Galeano este é um reconhecimento a algo mais importante que a sua pessoa e que vai mais além, porque ele «é como uma gotinha de um rio caudaloso».

O escritor evocou a personalidades latino-americanas que deixaram uma recordação como o ex-futebolista brasileiro Garrincha, o arquiteto Oscar Niemeyer, criador de Brasília, aludiu à luta da boliviana Domitila Barrios e do venezuelano Simón Rodriguez, que trabalhou pela causa da integração americana. Também recordou a Salvador Allende e a «Che» Guevara.

Lugo, que assumirá a presidência do Paraguai no próximo mês, disse, evocando uma lenda indígena que «sempre tem uma corda sagrada, uma mão que nos sustenta da paisagem da nossa identidade, em pessoas como Eduardo Galeano».

Galeano recebeu uma escultura em madeira e bronze durante a cerimônia realizada no edifício do MERCOSUL. Durante o ato foram lidas as mensagens enviadas pelos presidentes de Brasil, Argentina, Chile, Venezuela e Bolívia, ademais de personalidades do Uruguai e outros países americanos.

Galeano foi recentemente distinguido como Cidadão Ilustre pela IMM e foi nomeado ao Prêmio Príncipe de Astúrias.