A Assembléia Geral do Centro Ibero-Americano de Desenvolvimento Estratégico Urbano (CIDEU), celebrada na cidade espanhola de Gijón (Astúrias), emitiu uma declaração que valoriza o papel estratégico das cidades na luta contra os problemas meio-ambientais. A mobilidade sustentável, a redução do consumo de energia e água, o uso de energias renováveis e a reciclagem são as principais soluções.

A assembléia geral declarou «a necessidade urgente de ampliar o acordo de Kyoto para alcançar um novo compromisso internacional que leve em consideração o papel da cidade como parte e solução do grave problema que afronta a humanidade relacionado com a mudança climática e a sustentabilidade».

O documento adverte que «o processo da mudança climática a nível global ameaça a sustentabilidade e os equilíbrios meio-ambientais que formam a base da vida e da convivência das pessoas» e sobre a «pressão insustentável» que é exercida sobre os combustíveis fósseis.

”As cidades são na atualidade o vértice no qual concorrem as atividades econômicas, de ócio e residenciais» e por isso, segundo o documento, devem ser consideradas como o epicentro das estratégias para um desenvolvimento sustentável.

Durante o XVI Congresso do CIDEU, evento que contou com a presença de 41 cidades, Pedro Acebillo, coordenador do Congresso, disse em conferência de imprensa na Universidade Laboral de Gijón, Espanha, que o simpósio oferece fórmulas interessantes e inovadoras para a contenção dos problemas meio-ambientais que são gerados nas cidades e que se supõem um 55 por cento do total da contaminação ambiental.

Acebillo friso que o objetivo do encontro consistiu em apresentar projetos urbanos que estão sendo realizados e que servem de exemplo para melhorar a sustentabilidade contra a mudança climática. Trata-se, assim, de discutir e receber informação sobre a contribuição das cidades na luta contra a contaminação meio-ambiental.

Na assembléia técnica dos membros do CIDEU nomearam a prefeita de Gijón, Paz Fernández Felgueroso a nova presidenta desta rede de cidades que agrupa a 115 cidades andinas, brasileiras, centro-americanas, ibéricas e do cone sul.

As jornadas de trabalho se desenvolveram através de quatro mesas, nas quais foram apresentados 16 projetos locais e abordaram as políticas empregadas para garantir uma mobilidade sustentável, a redução do consumo energético e de água, assim como o fomento das energias renováveis e a reciclagem de resíduos urbanos, para evitar os problemas derivados de consumos excessivos promovendo a conscientização cidadã e governamental.

Dentro dos trabalhos foram apresentadas alternativas de mobilidade para evitar obstáculos, reduzir a emissão de CO2, e garantir uma maior qualidade de vida aos cidadãos; promover as transformações na geração e uso energético; e impulsionar a redução e a reciclagem de resíduos, tanto sólidos urbanos, como de água e outros materiais domésticos. Neste sentido, Pedro Acebillo disse que Gijón se encontra muito bem posicionada e ressaltou a necessidade da participação cidadã, para a qual reconheceu que é fundamental uma «profunda mudança cultural».

Como exemplos de projetos apresentados, Acebillo destacou a atuação desenvolvida em Quito para a recuperação dos seus três rios urbanos, que antes eram «cloacas» e que agora são rios florestados com parques e jardins. Também informou sobre o projeto ‘Vila Vida’ realizado numa zona degradada do Brasil na que se trabalhou para sua estruturação, saneamento, melhora da qualidade das vivendas e formação de seus habitantes.

Também, ressaltou que se a impulsionado um inovador projeto no âmbito da mobilidade. Trata-se de uma rede de 15 cidades, na que se encontram espanholas como Sevilha ou Barcelona, nas que se fomenta o uso da bicicleta como transporte ‘intermodal’ para agilizar os deslocamentos entre os domicílios e o metrô ou outros transportes públicos, e destes ao trabalho, com um período de 30 minutos de gratuidade. Gijón fomenta o uso da bicicleta nesta linha, com mais de 90 pontos de localização de parques de ciclos por toda a cidade.