Os presidentes de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e Venezuela, Hugo Chavez, se reuniram no dia 18 de janeiro de 2007, durante a XXXII Reunião da Cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro. Onde concretizaram o compromisso estratégico que conduzirá à construção do Grande Gasoduto do Sul (GGS), chegando a um acordo sobre o começo dos estudos relativos ao primeiro trecho da obra que uniria a cidade de Güiria com Recife.
O GGS se converteu no projeto mais ambicioso da América Latina. Com ele não só se busca uma integração energética, senão que também econômica e social na América do Sul. Surgiu como uma iniciativa da Petrosul desde Venezuela, foi proposto por Chávez há mais de um ano e até o momento nenhuma data tinha sido definida para o início das obras.
O primeiro trecho cujos estudos de engenharia conceitual serão realizados este ano, terá uma extensão de 5 mil quilômetros e uma capacidade para exportar 50 milhões de metros cúbicos de gás natural. Esta oferta competirá com a da Bolívia, país que vende atualmente a Brasil uns 26 milhões de metros cúbicos de gás, um pouco mais da metade do consumo brasileiro, e 7,7 milhões a Argentina.
Com o objetivo de avaliar esta primeira fase da construção se criou em dezembro de 2006 a Comissão Binacional Brasil – Venezuela do GGS que desde janeiro se reuniu em duas ocasiões, em Brasília e em Caracas. Para apoiar os trabalhos da Comissão se criou um grupo técnico que já realizou duas reuniões e continuará trabalhando exclusivamente no projeto.
O começo da construção do gasoduto dependerá da viabilidade técnica, ambiental e econômica do projeto, se pensa que o mesmo poderá ser concluído em quatro anos. Tendo como um dos objetivos o respeito ao meio ambiente. O GGS deverá se situar o mais próximo possível das áreas já modificadas pelo homem, assim como, das estradas já existentes.
O gasoduto terá uma extensão de uns 8.000 quilômetros, convertendo-se num dos mais longos do mundo, e unirá o sul da Venezuela com o norte da Argentina, atravessando o Brasil. Calcula-se que o custo total da obra seria de uns 23.000 milhões de dólares.
Venezuela possui a primeira reserva de petróleo do mundo e a primeira reserva de gás de todo nosso Continente. Tanto Brasil como Argentina precisam importar gás para suprir a demanda local, pelo tanto a situação se apresenta mais que propicia para o avanço da integração energética regional.
Dentro dos planos da Bolívia -o outro gigante do Cone Sul- se encontram a construção do Gasoduto do Nordeste argentino que prevê abastecer com até 20 milhões de metros cúbicos diários de gás desde esta nação a sete províncias argentinas. Além da construção do transoceânico com a Colômbia e a primeira planta de industrialização de gás na região do Chaco por um acordo entre as empresas nacionais petroleiras de Bolívia e Venezuela, formando a companhia mista Petroandina Gás.