Os chanceleres da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) acordaram em Cartagena, Colômbia, que a assinatura do Tratado Constitutivo do grupo se realizará na próxima Cúpula de Chefes de Estado que se realizará antes do mês junho de 2008.
Ao terminar sua décima reunião, os representantes das nações sul-americanas alcançaram um consenso de um 90% sobre os pontos do tratado.
O encontro dos ministros concluiu no último domingo, 27 de janeiro, se suponha que o encontro se estenderia até a segunda-feira, mas após aprovarem a proposta do Tratado Constitutivo da UNASUL decidiram terminar suas sessões com a recomendação de que as observações e sugestões sejam discutidas em uma próxima reunião fixada para os dias 13 e 14 de março no Rio de Janeiro, segundo AP.
Se aspira a que a próxima reunião de trabalho permita concluir este tema, para assim continuar com a apresentação do plano de ação 2008-9 do bloco, fixando as áreas em que os países desejam desenvolver planos conjuntos, assim como os cronogramas para estes.
O encontro também permitiu aprovar a criação de um grupo de trabalho para constituir «um mecanismo para a solução de controvérsias» na matéria dos investimentos.
Segundo o rascunho da reunião, a principal instância da UNASUL será o Conselho dos Presidentes Sul-Americanos; a segunda, o Conselho dos Ministros de Relações Exteriores, e a terceira instância seriam os Delegados Permanentes e o Secretário Executivo.
À reunião compareceram os ministros de Exteriores do Chile, Alejandro Foxley; da Argentina, Jorge Taiana; do Equador, Maria Isabel Salvador; do Peru, José Garcia Belaúnde, e da Venezuela, Nicolás Maduro.
Também estiveram presentes os delegados de Brasil, Uruguai, Paraguai e Suriname, além do anfitrião colombiano, o chanceler Fernando Araújo, e Choquehuanca. O único dos 12 países convocados que não compareceu foi o de Guiana.
No encontro ficaram expostas as tensões que imperam desde novembro entre Bogotá e Caracas. O chanceler venezuelano Nicolás Maduro, aproveitou a oportunidade para reiterar o «respeito» de sua nação para com o povo colombiano, e disse aos jornalistas presentes momentos antes de partir que os colombianos deviam estar alerta perante os setores dentro da Colômbia que queriam conduzir a «cenários de violência» às duas nações.
A UNASUL é uma nova versão da Comunidade Sul-Americana das Nações, e está constituída por doze estados da região, o bloco surgiu a partir de uma cúpula presidencial realizada em Cuzco em dezembro de 2004.
O Documento final da Comissão Estratégica de Reflexão «Um Novo Modelo de Integração da América do Sul, Para a União Sul-Americana das Nações», apresentado na Cúpula de Chefes de Estado da Comunidade Sul-Americana das Nações em Cochabamba, Bolívia, em 9 de dezembro de 2006, estabelece as bases para a construção da UNASUL. Neste documento se expressa: «garantir a construção de um novo modelo de integração, que aproveite efetivamente as experiências positivas dos mecanismos de integração sub-regional existentes, como o Caricom, a CAN e o Mercosul».
Desde o ponto de vista institucional a UNASUL conta com uma Secretaria Permanente com sede na capital equatoriana. A instância máxima de condução política são as reuniões dos Chefes de Estado e têm caráter anual.
O Governo equatoriano destinou 3,5 milhões de dólares para o estabelecimento e funcionamento da sede da UNASUL, em Quito. Ademais, o presidente Correa criou um escritório de apoio da Chancelaria. O país sede deve correr com os gastos operativos.
A região possui um PIB de 973.613 milhões de dólares, com o qual a constitui na quinta potência mundial e tem uma população de 361 milhões de habitantes, a quarta a nível mundial.
Suas exportações ascendem a 181. 856 milhões de dólares e é a região que produz e exporta mais alimentos no mundo.