No dia 7 de abril deste ano, no Rio de Janeiro (Brasil), foi apresentado o Sistema de Informação Estatístico de TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação) em linha, criado pelo Observatório para a Sociedade da Informação na América Latina e no Caribe (OSILAC) da CEPAL (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), que permite processar dados sobre o uso e acesso às Tecnologias da Informação e das Comunicações (TIC) na região.

Dado o potencial destas tecnologias para gerar lucros de eficiência, produtividade e melhoras na cobertura de serviços como: educação, saúde e governo eletrônico; existe uma grande necessidade de contar com informação quantitativa sobre o estado atual, a evolução e os efeitos das TIC na região. Em resposta a esta necessidade, OSILAC desenhou o Sistema de Informação Estatístico, com o apoio financeiro do Centro Internacional de Pesquisa para o Desenvolvimento (IDRC) do Canadá.

O sistema estatístico pode ser utilizado para gerar notícias jornalísticas, porque possibilita a comparação de dados e indicadores sobre as TIC procedentes das pesquisas de lares em 17 países da região.

Assim mesmo, o sistema permite constatar brechas no acesso e uso das TIC segundo fatores sócio-econômicos. Por exemplo, em 11 de 14 países analisados, o acesso a Internet nos lares do segmento mais rico da população supera em 30 vezes ao acesso do segmento mais pobre. Para 14 países da região examinados o promédio de acesso ao computador nos lares de áreas urbanas é nove vezes maior que o acesso ao computador nos lares de zonas rurais.

Ao quantificar estas brechas e avanços, pode se identificar possíveis focos para as políticas públicas nas populações e nos países que apresentam maiores desvantagens na adoção e no uso produtivo das TIC. Sendo assim, uma ferramenta poderosa para a elaboração e a avaliação de políticas públicas e estratégias relacionadas com as TIC na região.

Entre as 47 variáveis sobre TIC neste sistema, figuram: acesso ao computador no lar, frequência do uso de Internet, uso da Internet para operações de banco eletrônicas, entre outros. Entre as 20 variáveis sócio-econômicas, figuram: renda, nível educativo, ocupação, sexo e zona geográfica (urbana, rural). Podem se realizar comparações através do tempo, no interior dos países, com outros países, e a nível regional.

Os dados do sistema estão sendo harmonizados a fim de serem comparáveis, segundo os indicadores aprovados pelo Partnership on Measuring ICT for Development que reúne a vários organismos internacionais e Escritórios de Estatísticas do mundo. Mantém-se o caráter confidencial dos micro-dados a nível individual, de acordo com as recomendações da Organização das Nações Unidas (ONU).

O sistema foi lançado durante a «V Oficina Regional sobre a Medição da Sociedade da Informação na América Latina e no Caribe», organizado pelo OSILAC. O Observatório é parte do Programa «Sociedade da Informação» da CEPAL, que também implementa o Plano de Ação Regional (eLAC2010), informou a própria CEPAL.