Durante o primeiro dia da Cúpula Social em Salvador da Bahia, Brasil, o Centro de Formação para a Integração Regional (CEFIR) apresentou uma série de publicações sobre os grandes temas que fazem à agenda da integração latino-americana frente aos debates que faltam: reforma institucional, formação, diálogo político com a União Européia (UE) e equidade de gênero.

A isso se juntou o lançamento de um mapa que incorpora traços e indicadores da região, que se propõe a focalizar as distintas potencialidades do Mercosul. Na apresentação, realizada no Hotel Pestana, centro das atividades da cúpula, fizeram uso da palavra o secretário executivo do centro, Federico Gomensoro, seu diretor acadêmico, Gerardo Caetano, e a ativista social Lilián Celiberti, autora da edição referente à problemática do gênero.

No começo da atividade, Gomensoro ressaltou o vínculo do CEFIR com a iniciativa Somos Mercosul, mediante a incorporação de seus pontos focais aos órgãos decisórios do centro e através do impulso de iniciativas «que fazem à vida social da integração». Ambas instâncias incorporam «uma visão que vai mais além do comercial, dos governos», buscando «potencializar a integração dos povos». Nesse sentido, Gomensoro lembrou que um dos objetivos centrais do CEFIR é «propor e pôr a disposição das organizações sociais elementos que tenham relação com a vida do Mercosul». «Como resultado do trabalho deste ano e com a cooperação da agência alemã InWent, temos realizado uma série de trabalhos, de eventos, cujos resultados vocês vêem hoje», expressou o secretário executivo, que fundamentou a oportunidade para apresentar estas novas edições durante a Cúpula Social.

Já Celiberti realizou uma análise descritiva de algumas das dimensões implicadas no debate sobre que tipo de políticas públicas são necessárias em nossos países para alcançar a equidade do gênero.

Ao começar seu discurso, Celiberti pediu para se centrar no fato de que «a construção dos problemas públicos e a elaboração das agendas» são o resultado de «processos sócio-políticos complexos», cuja compreensão remete a outros temas, como «a construção de sujeitos sociais, a elaboração de novos marcos de interpretação da realidade social, as relações de poder entre distintos sujeitos e atores sociais e o estabelecimento de alianças e estratégias».

Segundo explicou Celiberti, os temas que os sujeitos propõem «estão submetidos a uma luta entre os distintos atores pela interpretação desses problemas». E, no caso da luta de gênero, essa demanda «termina com a visão naturalizada do papel dos homens e das mulheres na sociedade».

Finalmente, o Diretor Acadêmico do CEFIR, Gerardo Caetano, fez ênfase no caráter formador do centro que dirige, e na necessidade de aprofundar o conhecimento sobre as características da região e do processo de integração no qual estamos imersos, razão pela qual, argumentou- tem sentido que o bloco realize esforços a partir da capacitação.